Postado por: Mundo Raimundo quarta-feira, 31 de julho de 2013

Helena escreve para a coluna From Hell  

“We don't see things as they are, we see them as we are.” (Anais Nin)
  

Ser humano é ser movido a paixões. Pelo menos no meu próprio dicionário egocêntrico pessoal, tal definição é a que consta e é a que melhor se aplica à vida real. Minha maior paixão é o ser humano por si só. Depois dele, vem a música produzida por ele. Sem música eu nada seria – o título deste post já é um spoiler after all, I’m afraid. Sem mais delongas, dentro desse infinitamente belo coletivo que engloba o substantivo “música”, não escondo minha predileção pelo que alguém algum dia colocou num grande saco denominado “rock ‘n roll”.
Nesses tempos (curtos) de ócio que são chamadas “férias”, redescobri muitas bandas que há muito tempo não ouvia. E, naqueles bons e velhos momentos em que o brilhante site do “iutubiu” te redireciona pra outras dimensões, me perdi numa Twilight Zone sem volta. Tentei então, a título de utilidade pública e inspirada pelo post da minha estimada Samy, elencar alguns álbuns que fizeram parte da minha vida e abrilhantaram meus dias. Foi uma difícil escolha e muita coisa ficará de fora. Tentei sair do meu óbvio, ainda que seja uma tarefa pra lá de difícil. Aí vai uma lista à la Helena, dos 20 álbuns que marcaram minha vida. E a perguntinha fica pra vocês, BLOG espectadores: que álbuns figuram na tua vitrola, faça chuva, faça sol?
PS: comecei a listar os álbuns sob o critério de “história pessoal”. No fim, resolvi nem rever, muito menos repensar a lista. Porque MUITAS injustiças foram cometidas: AINDA BEM!
PS do PS: Tirem os puristas e os preconceituosos da sala!!!!

1.   Cyndi Lauper – True Colors



Sou mais Cyndi Lauper do que Madonna. Ponto. True Colors foi o primeiro vinil que adquiri na minha vida. Lembro como se fosse ontem: estávamos eu e a família Pinto em algum desses hipermercados Vale dos Sinos afora e meu pai parou pra olhar os Lps. Ele me olhou e perguntou qual que eu queria. A primeira escolha foi “John Lennon – The Collection”. Peguei, olhei, devolvi. Papai Pinto já tinha ele, porque eu iria querer um igual? De relance, vi aquela capa laranja com aquela moçoila pra lá de exótica seminua, deitada numa praia. Meus olhinhos de noite serena brilharam. Sim, meu primeiro álbum EVER foi comprado porque eu gostei das possibilidades de cores e pela excentricidade que aquela capa me passava. Eu conhecia um pouco de Cyndi Lauper, talvez pelo tema dos saudosos “Goonies”. Num desses fortuitos casos em que a capa é tão boa quanto o conteúdo, sou apaixonada por True Colors até hoje. “Change of Heart”, a faixa que abre o álbum figura dentre as minhas favoritas. Ainda há o belíssimo cover de Marvin Gaye, “What’s going on” e a belíssima “Calm inside the storm”
À Cyndi Lauper, todo meu amor e respeito. Por ter me mostrado, desde muito nova, minhas “true colors”



2.   Madonna – Like a prayer



Bem antes de ser estigmatizada como a “moça dos Beatles” – é assim que meu vizinho de 15 anos me chama quando me cumprimenta – eu era conhecida nos arredores como a “menina da Madonna”. Ainda que a Cyndi tenha me tocado na infância, ela abriu portas pra minha maior paixão de infância: a eterna diva do Pop Madonna. Não nego a importância da diva na minha trajetória, porém reconheço que ela é um daqueles tristes casos que envelhecer não é sinônimo de melhorar. O show dela em Porto Alegre ano passado me fez confirmar isso.
Like a prayer é definitivamente meu álbum favorito, Madonna na sua melhor fase pós-Sean Penn, destilando veneno e tentando se reconstruir. Quem não dançar loucamente ao som de “Like a Prayer”, não se identificar com “Express Yourself” e não chorar com “Love Song”, não sabe o que está perdendo. Essa última canção aí conta com a participação de Prince e, ainda que pouco conhecida e divulgada, é a minha favorita aqui.
Uma mulher que disse a todas nós, meninas-mulheres, “second best is never enough, you do much better baby on your own” merece meu respeito. Mesmo que tenha, infelizmente, ao meu ver, se perdido no tempo.

PS: “Till death do us part” é uma belíssima homenagem ao ex Sean Penn e aos términos que assolam nossas vidas. Preste atenção na letra com muito carinho. ;)


3.   Rolling Stones – Some Girls



Now we’re talking, baby. Rolling Stones é sinônimo de ROQUENROU pra mim: puro, simples, papo reto. Em 50 anos de carreira, com tanta coisa belíssima produzida, Some Girls é ainda o meu all-time favorite. Não teria como ser diferente. Aqui temos a trupe no final dos anos 70 produzindo rock de qualidade com hits que até hoje aquecem os corações. “Miss you”, “Some Girls” e “Respectable” são alguns exemplos. A minha favorita fica com “Beast of burden”, afinal ninguém quer ser um fardo na vida de ninguém ;)


4.   The Strokes – Is this it?



Aos chatos de plantão, reitero: eu AMO Strokes. E repito mais três vezes: AMO, AMO, AMO. A melhor forma de explicar a minha afinidade com o primeiro álbum dos Strokes é bem simples: é um dos únicos que eu posso simplesmente dar “play” e depois “repeat”, de frente pra trás, de trás pra frente, sem enjoar por um segundo. Os Strokes vieram como uma salvação para os meus ouvidos no início dos anos 2000. Foi um cd que eu comprei “no escuro”: pouco conhecia e sabia deles, porém, comprei e viciei. É rock sujo, como eu gosto de chamar. E infinitamente belo. A voz de Julian adicionadas às letras ácidas e nada doces tornam meus dias mais coloridos. E não, se tu só conhece “Last Night”, não te perdoo! Vai ouvir o álbum AGORA!


5.   Faith no More – Angel Dust
                                     


Ah, o Faith no More <3 Ah, o Mike Patton. Mike é um dos caras mais geniais que figuram por aí nesse mundo musical. Com inúmeros projetos e bandas, ele é capaz de fazer todo e qualquer tipo de som e NUNCA perder o bom gosto. Palmas!
Voltando ao Faith em sim, essa é uma banda que eu sempre gostei. Angel Dust é muito mais do que “incluindo o sucesso I’m easy, tema da novela Mulheres de Areia”, como diz na capa do meu. É o álbum glorioso que traz “Midlife Crisis”, “Be aggressive”, “Small Victory” e “Rv”, a minha favorita. Ainda, conta com os belíssimos covers de “Easy” – sim, essa mesmo, a da novela da Rutinha – e de “Midnight Cowboy”, música com a qual eles abriram o espetacular show aqui em Porto Alegre em 2009.



6.   The Beatles – Abbey Road



Agora chegou o momento mais complicado. Os Beatles obviamente teriam que aparecer nessa listinha, porque, enfim, quem me conhece, sabe. Eu amo todos os álbuns dos Beatles, logo, escolher o (meu) melhor é tarefa dificílima. Porém, ao longo dos últimos anos, Abbey Road tem figurado como o favorito mesmo.
Pra você que foi pra Londres e tirou fotinho atravessando a faixa sem saber o que este álbum representa tanto em termos de Beatles como de música, meus pêsames. A parte boa é que nunca é tarde para se redimir e se perder ao som dessa obra-prima.
Abbey Road é o último álbum gravado pelos Beatles, talvez por isso seja tão especial e carregado de significação para mim. “You never give me your Money”, “Golden Slumbers”, a imbatível “Something” e a trilogia final composta por “Carry that Weight”, “The end” e “Her majesty” é de fazer o olhinho brilhar e chorar de cantinho... E a oportunidade de ouvir/ver uma banda majestosa saindo de campo com classe, elegância e uma sutileza indescritível.


7.   Queens of the Stone Age – Songs for the deaf



Rock pauleira! J QOTSA figura no topo do topo da minha lista. Songs for the deaf, o terceiro álbum da banda, já ganhou meu coração pelo título. Canções para os surdos... Gente, que coisa mais linda... Sem contar que temos aqui a participação de Dave Grohl na bateria. “No one knows” por si só já dá o tom do que a esse álbum se propõe. “You Think I Ain't Worth a Dollar, But I Feel Like a Millionaire” é uma das minhas favoritas. Preste atenção nas belíssimas “The sky is falling” e “Gonna leave you”. My advice: escute em alto e bom tom!


8.   Nirvana – Nervermind



Falando em Dave Grohl, aqui estamos nós com um dos álbuns que mudou minha vida, todo um cenário musical e tornou-se ícone do meio grunge. O trio formado pelo saudoso Cobain, Novoselic e Grohl, juntamente com todas aquelas bandas que fizeram barulho no início dos anos 90 (Alice in Chains, Soundgarden, L7, Pearl Jam, Stone Temple Pilots) reacenderam o interesse de muita gente pelo bom e velho (e barulhento) rock and roll. Produzido por Butch Vig, Nevermind tem como carro-chefe a barulhenta e grudenta “Smells like teen spirit”. Não esqueçamos das belíssimas “In bloom”, “Lithium” e “Drain you”. Escute Nervermind e deixe se contaminar por essa balhureira espetacular. E lembre-se, “with the lights out, it’s less dangerous”. ;)



9.   Rage Against the Machine - The battle of Los Angeles
   

RATM é protesto. É barulho, é indignação. Quem conhece o viés da banda, sabe bem do que estou falando. The battle of Los Angeles é anti-Bush. É ensurdecedor e é polêmico. E figura na lista dos 500 melhores álbuns de rock da revista Rolling Stones. Se ainda não te convenci a escutar, ok. Então assista aos clips de “Sleep now in the fire” e “Testify”, ambos dirigidos pelo documentarista Michael Moore. Talvez tu mude de ideia. Ah, escute “Born of a broken man”, minha favorita desses reis do rap metal.


10.               Black Crowes – The Southern harmony and musical companion




A wikipedia os define como uma banda de “blues rock”. Eu os defino como “sensacionais”. “Bad luck blue eyes goodbye”, juntamente com “My morning song” e “Remedy” embalam essa festa conduzida pelos irmãos Robinson.


11.               Os Mutantes – Mutantes



Minha veia musical é muito mais internacional do que brasileira: culpe a vida, culpe minha família, culpe meu gosto pessoal. Contudo, juntamente com Chico Buarque, Os Mutantes representam minha maior afinidade com a música produzida na pátria amada, Brasil.
O álbum de nome homônimo me foi apresentado quando criança e foi paixão à primeira ouvida. Uma escolha bem difícil também, visto que também amo “Technicolor”. As faixas “2001”, fruto da parceria com o igualmente doido Tom Zé e “Não vá se perder por aí” são as favoritas. “Fuga No 2” também merece seus louros. Entre nessa viagem lisérgica sem medo. Só “não se iluda com um beijo, com uma frase ou um olhar”. ;)


12.               Red Hot Chili Peppers – Blood, Sugar, Sex, Magik




RHCP é diversão. É funk rock. É barulho bom. É uma banda sensacional no ápice da sua criação musical. A faixa-título é a minha favorita, seguidas de “Suck my kiss”, “If you have to ask” e a lindinha “Could have lied”. O baixo de Flea e a voz de Kiedis – uma das mais bonitas do rock – merecem atenção.


13.               The Clash - London Calling



Mais um da lista do “barulho bom”. Um salve ao punk rock e a tudo de bom que ele representa: protesto, indignação e grito. “London Calling” é também muito famoso pela capa icônica, inspirada na capa do álbum debut do rei do rock, Elvis Presley. Musicalmente falando, temos aqui uma salada de fruta de sons e estilos. As batidas divertidíssimas de “Spanish bombs” e de “Jimmy Jazz” não perdem pra clássica “London calling” por um segundo. É uma celebração ao rock e à rebeldia. Difícil passar despercebido.


14.                Traveling Wilburys - Volume 1



O que acontece quando cinco gênios da música se unem? A resposta é este álbum, fruto da união de Bob Dylan, Jeff Lyne, Tom Petty, Roy Orbinson e George Harrison, parceria que renderia ainda mais dois outros igualmente lindos álbuns – Vol 2 e Vol 3, respectivamente. “Handle with care”, “Last night” e “End of the line” são os grandes hits. “Congratulations”, liderada pela sutileza de Bob Dylan, define bem ao que essa trupe se propôs.



15.               Lauryn Hill- The miseducation of Lauryn Hill



Lauryn Hill e sua antiga banda, Fugees, são as “excentricidades” da minha vida musical. Com isso, quero apenas dizer que nunca fui muito fã de hip hop e afins. Porém, para toda regra temos as exceções. Ainda bem. Classificar e categorizar é próprio do ser humano, digamos assim. Mas não nos apeguemos a isso, cada um com seu estilo e preferências. E, por favor, Lauryn é uma das vozes femininas mais bonitas nesse cenário musical, independente do que eu gosto e do que mais me toca. “The miseducation” é um dos álbuns mais cheio de vida, de amor, de paixão e de vida que ouvi até então. Vamos das batidas típicas de Lauryn, com “Lost Ones” e a clássica “Doo Woop” (o clip é fantástico) às baladas carregadas de emoção “Ex-Factor” e “Nothing even matters”. É a celebração de uma vida. Lauryn, eu te invejo.


16.               Cake - Fashion Nugget



Ah, a banda mais subestimada de todos os tempos. Cake é divino. Muito conhecida por seus covers e novas roupagens de “I will survive”, “Perhaps”, ambas neste álbum, e “Guitar Man”, esses caras também estão aí para mostrar que têm sua própria voz. Fashion Nugget veio ao mundo para provar isso. “Frank Sinatra” e “The distance” são bons exemplos da musicalidade dos rapazes. Escute mais Cake e desfrute de uma simplicidade sem igual. (Simplicidade é algo bom, tá?)


17.               Pink Floyd – The Dark side of the moon




Agora a porca torceu o rabo! Pink Floyd gravou obra-prima atrás de obra-prima, logo, a dificuldade aqui também foi em grande escala. Porém, optei pelo meu óbvio, mais uma vez. T.S Elliot em seu belo ensaio “What is a classic” reforçaria a maior qualidade de um clássico: a atemporalidade. Ainda que ele se referisse primordialmente às obras literárias, arte é arte e permita-me o sacrilégio de colocar tudo no mesmo belíssimo saco. The dark side of the moon é, possivelmente, um dos maiores clássicos do rock. E não poderia ser diferente: escute “Time” – minha favorita, “The greatest gig in the sky”, “Money” e “Brain Damage” e fique indiferente a tudo isso. Duvido. Sem contar a capa, uma das mais lindas e significativas da minha vida e que carrego “impressa” no braço até o fim dos dias.


18.               Pearl Jam – Ten




Ainda que Pearl Jam tenha se renovado e melhorado ao longo desses 20 anos de carreira, optei pelo seu álbum de estreia. Isso se deve ao fato de ter sido o primeiro que entrou na minha vida e pelo momento de transição que ele denota. O mesmo vale para o Nevermind anteriormente citado. Aprecio tudo o que foi produzido pela trupe do Eddie Vedder. Porém, Ten me remete aos tempos de infância, de assistir ao saudoso Tele-Ritmo na Tv Guaíba e de andar com camisas de flanela se achando rebelde. Sem contar que temos “Black”, “Jeremy” e “Oceans” na mesma sequência. E “Alive”, batida mas imbatível.


19.               The Who – Quadrophenia



Agora estamos falando de uma das minhas maiores paixões. The Who é uma banda que viveu e passou pelas diferentes fases do rock, sempre coerente e genial. Quadrophenia é tão bom que já me fez chorar. E sem contar que temos aqui a minha música-tema “The real me” e ainda fecha com chave de ouro com uma das músicas mais lindas de todos os tempos, "Love, reign o’er me”. Sem mais, sem mais.

20.               Jamiroquai – The return of the space cowboy


Um passeio pela Via Láctea. Sei lá, Jamiroquai é isso pra mim. Uma viagem para outros mundos. “Stillness in time” é um dos carros-chefes, mas perde para a insuperável “Half the man”, my all-time favorite em se tratando deles. É uma das melhores bandas de todos os tempos. Uma batida meio jazz, meio funk, meio viagem: magistral!


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  2. Ebaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!! Essa é a ideia!!!! :D Beijo pro Colton, o maior rockstar de todos os tempos!

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  3. UAU!!!! olha, acho que temos muitos álbuns em comum. senti falta de um Led, de um Doors... mas a lista de cada um é a lista de cada um, parabéns pela sua lista.
    Ah, e eu também sou muito mais Cindy Lauper...

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